Conhecer outro país, me divertir com pessoas culturalmente diferente da minha e aprender uma nova língua, sempre foi o meu sonho. Desde quando eu estava no segundo grau. Porém com esse sonho vinha uma preocupação, adivinhem, eu acho que é a preocupação de todas as mulheres (mesmo as lésbicas): O MEU CABELO.
Vamos falar da minha realidade. Sou negra, o meu cabelo é crespo e demorei anos da minha valiosa vida para encontrar um produto que deixasse essa cabeleira no lugar. Um produto que diminuísse volume, tirasse o ressecado e deixasse os cachos bonito.
Há anos eu usei trancinha, há anos eu fui para São João de Meriti para fazer permanente no meu cabelo porque a cabeleireira de lá era boa e os cabelos ficavam ótimos. Eu tenho que contar como foi essa época. Eu morava em Botafogo; acordava cinco horas da manhã para pegar o ônibus na Central. Eu tinha que chegar cedo lá pois era bastante gente e demorava para aplicar o produto. Eu chegava às 10 horas da manhã e voltava para casa depois do almoço - quase na hora do jantar.
Eu tenho muitas histórias sobre o meu cabelo, uma dia eu escrevo um post como é a experiência em ter cabelo crespo.
Depois de tantas tentativas para deixar os meus fios crespos mais bonito ainda. Minhas primas (Camila e Juliana) me apresentaram o BELEZA NATURAL. Esse salão mudou a vida de todas as mulheres que querem deixar o seu cabelo cacheado. É claro a minha também! O produto do Beleza foi o único que deixou o meu cabelo menos revoltado. "Cabeleiras do meu Brasil" vão ao Beleza mais próximo de você - Rio de Janeiro, Vitória, Salvador - entra no site para saber mais detalhes - http://www.belezanatural.com.br/index2.html.
Felicíssima com os meus cachos, pensava: "Como será meu Deus? Vou ter que usar trança de novo? Vou ter que ficar com o meu cabelo crespaço até eu voltar para o Rio?". Pensei, me descabelei, mas não desistir. Minha chefe (Ana!) me dizia: "Relaxa, você vai encontrar um salão africano lá. Não deixe de ir por causa disso" (é uma fofa!).
Fiz o cabelo alguns dias antes de vir para cá. Perguntei a minha cabeleireira qual o produto que eu podia usar que fosse compatível com o do Beleza, ela me dizia: "Não há nenhum produto compatível com o da gente. O nosso relaxante é fabricação própria. O que você pode achar é um relaxante com a base de hidróxido de cálcio". Okay anotei.
Cheguei em Dublin em janeiro. Eu fiquei sem fazer relaxamento até maio. Quatro meses sem fazer. O bacana que aqui na Europa é super cool ter cabelo cacheado e volumoso. No quarto mês eu estava desesperada, o pente já não deslizava mais como antes. Só os meus flatmates sabem como eu estava enlouquecida com o meu cabelo (meus flatmates precisam ganhar um troféu porque quando tem alguma coisa que não me agrada em mim mesma, eu sou a mais dramática, nervosa e desesperada). Marco e Priscila que sabem, um dia pergunte a eles!!! (rsrsrs)
No início de junho eu tinha o batizado na França (chique, né!) era o filho do meu primo que eu não via há anos. Pesquisei no Orkut, liguei para os brasileiros, entrei em blogs. Tinha que achar uma brasileira que soubesse fazer cabelo e achar um produto que fosse da mesma base do Beleza. Não pensem que não perguntei sobre os salões africanos, mas nenhum brasileiro me indicou. E confesso que não queria ir. Porque não vi nenhuma africana com cabelo bonito em Summerhill ou nas calçadas de Dublin.
Finalmente encontrei uma brasileira que fazia cabelo e achei o produto - Guaridina. Antes de escrever a minha experiência com ela, eu preciso postar uma observação. Brasileiros que arrumavam o seu próprio cabelo no Brasil, não são CABELEIREIRO. Quando eles chegam nas terras estrangeiras viram hairdresser. Então, a menina era uma dessas meninas que cuidavam do seu próprio cabelo no país tropical. Se o cabelo dela ainda fosse crespo igual ao meu, não, era liso. Ela me levou 40 euros e não fez bem o relaxante.
Na segunda vez que relaxei o meu cabelo com a Lú. Foi indicação de uma negra que também tem o cabelo crespo. Oba! Rolou a identificação. Minha amiga me disse que ela não era profissional, cobrava 25 euros, mas a menina era esforçada e deixava a raiz baixinha. Pensei. E arrisquei. E valeu! Ela não é profissional, mas quer ser. Voltarei nela, quando eu tiver problemas com pente de novo.