quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"Nêga do cabelo duro" nas "Europas"

Conhecer outro país, me divertir com pessoas culturalmente diferente da minha e aprender uma nova língua, sempre foi o meu sonho. Desde quando eu estava no segundo grau. Porém com esse sonho vinha uma preocupação, adivinhem, eu acho que é a preocupação de todas as mulheres (mesmo as lésbicas): O MEU CABELO. 

Vamos falar da minha realidade. Sou negra, o meu cabelo é crespo e demorei anos da minha valiosa vida para encontrar um produto que deixasse essa cabeleira no lugar. Um produto que diminuísse volume, tirasse o  ressecado e deixasse os cachos bonito. 

Há anos eu usei trancinha, há anos eu fui para São João de Meriti para fazer permanente no meu cabelo porque a cabeleireira de lá era boa e os cabelos ficavam ótimos. Eu tenho que contar como foi essa época. Eu morava em Botafogo; acordava cinco horas da manhã para pegar o ônibus na Central. Eu tinha que chegar cedo lá pois era bastante gente e demorava para aplicar o produto. Eu chegava às 10 horas da manhã e voltava para casa depois do almoço - quase na hora do jantar. 

Eu tenho muitas histórias sobre o meu cabelo, uma dia eu escrevo um post como é a experiência em ter cabelo crespo. 

Depois de tantas tentativas para deixar os meus fios crespos mais bonito ainda. Minhas primas (Camila e Juliana) me apresentaram o BELEZA NATURAL. Esse salão mudou a vida de todas as mulheres que querem deixar o seu cabelo cacheado. É claro a minha também! O produto do Beleza foi o único que deixou o meu cabelo menos revoltado. "Cabeleiras do meu Brasil" vão ao Beleza mais próximo de você - Rio de Janeiro, Vitória, Salvador - entra no site para saber mais detalhes - http://www.belezanatural.com.br/index2.html



Felicíssima com os meus cachos, pensava: "Como será meu  Deus? Vou ter que usar trança de novo? Vou ter que ficar com o meu cabelo crespaço até eu voltar para o Rio?". Pensei, me descabelei, mas não desistir. Minha chefe (Ana!) me dizia: "Relaxa, você vai encontrar um salão africano lá. Não deixe de ir por causa disso" (é uma fofa!). 

Fiz o cabelo alguns dias antes de vir para cá. Perguntei a minha cabeleireira qual o produto que eu podia usar que fosse compatível com o do Beleza, ela me dizia: "Não há nenhum produto compatível com o da gente. O nosso relaxante é fabricação própria. O que você pode achar é um relaxante com a base de hidróxido de cálcio". Okay anotei. 

Cheguei em Dublin em janeiro. Eu fiquei sem fazer relaxamento até maio. Quatro meses sem fazer. O bacana que aqui na Europa é super cool ter cabelo cacheado e volumoso. No quarto mês eu estava desesperada, o pente já não deslizava mais como antes. Só os meus flatmates sabem como eu estava enlouquecida com o meu cabelo (meus flatmates precisam ganhar um troféu porque quando tem alguma coisa que não me agrada em mim mesma, eu sou a mais dramática, nervosa e desesperada). Marco e Priscila que sabem, um dia pergunte a eles!!! (rsrsrs)



No início de junho eu tinha o batizado na França (chique, né!) era o filho do meu primo que eu não via há anos. Pesquisei no Orkut, liguei para os brasileiros, entrei em blogs. Tinha que achar uma brasileira que soubesse fazer cabelo e achar um produto que fosse da mesma base do Beleza. Não pensem que não perguntei sobre os salões africanos, mas nenhum brasileiro me indicou. E confesso que não queria ir. Porque não vi nenhuma africana com cabelo bonito em Summerhill ou nas calçadas de Dublin. 

Finalmente encontrei uma brasileira que fazia cabelo e achei o produto - Guaridina. Antes de escrever a minha experiência com ela, eu preciso postar uma observação. Brasileiros que arrumavam o seu próprio cabelo no Brasil, não são CABELEIREIRO. Quando eles chegam nas terras estrangeiras viram hairdresser. Então, a menina era uma dessas meninas que cuidavam do seu próprio cabelo no país tropical. Se o cabelo dela ainda fosse crespo igual ao meu, não, era liso. Ela me levou 40 euros e não fez bem o relaxante. 

Na segunda vez que relaxei o meu cabelo com a Lú. Foi indicação de uma negra que também tem o cabelo crespo. Oba! Rolou a identificação. Minha amiga me disse que ela não era profissional, cobrava 25 euros, mas a menina era esforçada e deixava a raiz baixinha. Pensei. E arrisquei. E valeu! Ela não é profissional, mas quer ser. Voltarei nela, quando eu tiver problemas com pente de novo. 



terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dublin aonde todo mundo é Bem-Vindo




Muitos brasileiros veem para Irlanda estudar inglês porque aqui eles podem trabalhar e estudar legalmente durante um ano. A facilidade para conseguir o visto é tanta que centenas de brasileiros estão preferindo  vim para Europa do que para América do Norte como era comum alguns anos atrás.
 
Entrar numa no país do Leprechaun é fácil e você não tem dor de cabeça. Na imigração no aeroporto só precisa mostrar a carta da escola e o endereço da acomodação ( a hospedagem deve ser no mínimo de duas semanas) depois de checar seus documentos o guarda carimbará seu passaporte com a permissão de ficar aqui por um mês. No primeiro dia de aula você já adquire a carta para abrir a conta no banco (quando abre a conta tem que depositar 3 mil "eurinhos"), fazer a carteirinha de estudante e no caminho, é claro, você já conhece a O´connel st, Temple Bar, Spier etc. 

Depois de algumas semanas o extrato, o "pin" e o cartão chegarão na sua casa; avisa na escola que o extrato, a senha e o cartão chegaram, eles marcam na imigração o dia para você realmente pegar o visto. Com o visto na mão você pode começar a se divertir, falar inglês e procurar emprego nas ruas do "City Center", Temple Bar, Dundrum, e assim vai...Não está facil, mas também não é impossível. Insista, e pergunte sobre emprego para todos amigos que fizer. 

Eu não consegui achar na internet nenhuma informação verídica sobre a quantidade de brasileiros na Irlanda. O que encontrei que são mais de 4 mil brasileiros "neste país com as quatro estações do ano no mesmo dia". Eu acredito que há muito mais brasileiros. 

Em todas as ruas de Dublin você esbarra com um brasileiro falando português, me disseram que em Galway há uma comunidade brasileira. É fato que os brasileiros estão em todo lugar do mundo. 
Meu primeiro dia na escola foi triste. Porque eu me senti que estava num curso de inglês no Brasil. Eu me lembro que voltei para a minha "hostfamily" TRISTE e com medo de voltar para o Rio sem aprender e falar inglês. 

Nas minhas primeiras semanas eu decidi que não ia andar com brasileiro. Andaria sozinha, mas não com brasileiro. 

No meu terceiro mês aqui percebi que todas as nacionalidades são a mesma coisa. Brasileiro quando anda com brasileiro só fala português, italiano e espanhol "are the same". O que o povo tem que saber que o principal objetivo de cada um aqui é aprender inglês, conhecer novas culturas, fazer amigos de todas as partes do mundo. Eu, particularmente, agora, prefiro misturar as nacionalidades, é mais interessante e rico culturalmente. 

Eu sempre fui aberta para o novo. Na minha casa sempre foram pessoas com diferentes culturas, poder aquisitivo, cor, raça. Eu sempre fui mente aberta, eu gosto do novo. Esse meu comportamento talvez seja porque a minha mãe é professora. 

Eu confesso que fico preocupada com os brasileiros que não buscam andar com pessoas de outras as nacionalidades. Me preocupo especialmente com meu povo porque eu sei como muitos trabalharam muito para chegar aqui. Galera temos que deixar a preguiça de lado, a vergonha e falar inglês. A nossa estadia aqui não é longa, a única coisa que levaremos de volta para o Brasil é o conhecimento da língua, novas culturas e a mente mais aberta.  


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Antes "get in Dublin"


Depois de quase três anos sem escrever no blog, eu voltei. Espero que dessa vez não me dê nenhum surto, e eu fique até não sei quando. É. Até não sei quando. Porque eu não não sei nada, nada sobre essa vida.
Bem, 2008, 2009, e 2010 se passaram muitas coisas aconteceram e não aconteceram. Finalmente eu terminei a faculdade de jornalismo ( Uf!), em no fim de 2009 eu consegui um emprego que finalmente eu gostei e me identifiquei com trabalho. Nos últimos dois anos eu frequentei um psicólogo (ele sabe exatamente como é a MARIANNA rs); fiz novos amigos; desfiz amizades; fiz loucuras; deixei de fazer loucuras; não falei o queria; falei o que não queria; fiquei sozinha; mudei, depois mudei de opinião de novo; comecei a gostar de pessoas que não gostava e continuei não gostando de quem eu não gostava. Foram muitas coisas que aconteceram. Fatalmente a minha memória não é muito boa, então, não lembrarei de todos os detalhes da minha vida passada.
No último ano para mim foi o mais intenso, estressante, feliz e triste (alguns dias e algumas horas). Nos primeiros seis meses de 2010, eu trabalhava em dois empregos, estudava, planejava o meu intercâmbio, a minha monografia, comia, mas era muito, vou colocar a culpa na "ansiosidade", mas era "gulosice" mesmo, bebi muita cervejinha na Farani e continuei pensando como sempre. No segundo semestre, "aí a coisa ficou feia". Fazia cinco matérias e a monografia. Corri atrás de desconto para a faculdade, estudei em Botafogo e no Meier. Toda terça eu ia 7h da manhã para a zona Norte e voltava às 19h da noite, e para animar as minhas manhãs e as minhas noites havia trânsito. Valeu todo o percurso, me formei com glória!
Vou deixar um parágrafo ou mais para a minha monografia. Eu, realmente me sinto orgulhosa pela a minha monografia. Confesso que enquanto eu gravava ficava mais ou menos insegura com medo de não dá certo. Porém a minha parceira Paulinha sempre achou que seria um sucesso. Quando nós estávamos gravando as entrevistas, imagens de apoio, procurando pessoas que quisessem colaborar, era sempre trabalhoso e preocupante. Porque o nosso medo sempre foi de não ter material suficiente. Ah! No final deu tudo certo.
Inicialmente, a minha ideia era fazer uma dissertação normal sobre o contraste cultural e social entre a Cruzada São Sebastião e o Leblon. Pensando como uma louca nessa ideia e como ia por em pratica. Encontrei com a Paula no portão da Facha e falei sobre essa ideia, ela gloriosamente apimentou a minha ideia dizendo:"vamos fazer um documentário sobre isso". Pensei na hora "como as coisas ficaram claras". E assim surgiu a ideia de filmar "Muros invisíveis" são entrevistas com moradores da Cruzada e do Leblon um dando suas observações sobre outro e opinando o que acha sobre o outro. O resultado foi é claro que a Cruzada incomoda o Leblon. O mais legal que eu achei que depois que as pessoas terminavam de assistir, elas ficavam aluns segundos em silêncio e depois discutiam sobre os entrevistados. No primeiro dia do ano a minha sala virou uma sala de debates.
Enquanto eu fazias as cinco matérias da faculdade, preocupada em não repetir em nenhuma, gravando o documentário e resolvendo as documentos do eu intercâmbio que seria para o Canadá - Vancouver. Chegou o intenso dia para fazer a solicitação do visto. Eu não estava nem um pouco preocupada. As meninas da agência diziam "é super fácil consegui o visto para o Canadá é mais fácil do que EUA". Coisas que acontecem só na vida da Marianna, é, comigo não foi tão fácil.
O despachante para tirar o visto do Canadá fica no Centro do Rio, perto da Cinelândia. Ali perto é o consulado dos EUA, teatro Sesi, Papa Grill, Ministério da Cultura, Museu Nacional de Belas Artes, uma parte do Centro que é movimentada mas não como a Rio Branco e a Presidente Vargas. Eu me lembro que quando saí do escritório, eu estava desesperada, pois um sonho que eu esperava para ser realizado há anos estava, que sempre esteve em minhas mãos, estava escorregando das minhas mãos sem que eu pudesse fazer nada. Andei chorando (não chorando é muito pouco, estava desesperada, perdida, arrependida.) da Avenida Graça Aranha até o meu ponto de ônibus na Avenida Rio Branco. Chorei. Liguei para a minha amiga. Depois de minutos cheguei no Leblon, na minha agência World Study. Fui decidida cancelar tudo. Ao mesmo eu pensava não posso cancelar, não perder essa oportunidade que eu sempre quis. Encontrei com a Michele, uma graça de pessoa que sempre foi muito gentil comigo desde do primeiro dia que eu fui na agência. Ela ficou triste por mim. Como uma boa agente e vendedora, ela me sugeriu Dublin. Visto de um ano, com permanência para trabalho e podendo conhecer os países da Europa. É atentador. Voltei acreditar no meu sonho. Até eu chegar em Dublin foi muito estressante no Rio. Passado é passado. Agora estou em Dublin há oito meses.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.Você só terá sucesso na vidaquando perdoar os errose as decepções do passado. Clarice Lispector