sábado, 15 de outubro de 2011

Oscarina






Esta manhã acordei cedo, com uma ressaca leve de vinho e resolvi que ia correr - caminhar rápido, porque correr, eu ainda não tenho preparação física. Fui caminhar no parque Fairview, depois fui para um lugar que parece uma lagoa, mas é cheio de lama, o lugar é feio. Mas há um espaço bom par correr, caminhar. 

Escutando rádio, música, pensando na vida, fazendo planos, rezando, agradecendo, pensei na tia Oscarina. Sempre penso que foi uma pena eu não estar lá para dizer ciao. Eu gostaria de ter dito coisas que só dizemos nas horas que as pessoas vão embora, de ter abraçado, beijado. Infelizmente não deu. 

Quando ela estava no hospital, eu falei com ela por telefone pedi para "seja forte, melhore logo, porque eu vou voltar logo. E agente vai conversar". Ela estava doentinha, eu acho que dopada de remédios quando nos falamos. Agora eu não me lembro bem o que ela disse, porque no dia estava um barulho no hospital, uma confusão...só recordo "Oi Marianna. Está doendo". 

De fato, eu sou muito sensível e sensitiva. Uma semana depois que ela tinha falecido (sem eu saber de nada) comentei com a minha flatemate: "Eu acho que a tia Oscarina faleceu". Foi numa quarta isso. Estava me sentindo aguniada e, sentia alguma coisa do me lado, no me ouvido. Pensava na minha avó, na minha mãe. Só queria ficar sozinha. 

Eu tenho a total certeza que ela está bem. Depois da morte da tia Tereza, a tia Oscarina passou por alguns acontecimentos familiares e da vida. Eu acho que  ela se sentia sozinha. Ela tinha perdido a única irmã. Não tinha filhos, marido e nem ex-marido. Só os sobrinhos e uma miserável aposentadoria. Apesar de tantas mágoas e tristezas ela sempre tratou nós com muto carinho e sempre nos dávamos muita atenção. Ela era muito bonita! Foi através dela que eu pude saber um pouco mais sobre a minha avó. Adorava uma fofoca (Ah, e quem não gosta né?!). Era calma. Gostava de uma cervejinha. E gostava que todos fossem lá visitá-la sempre. Não posso esquecer de lembrar como ela se divertiu com JP, no ano novo lá em casa. Como la ria com ele. ç

Ela era única referência da minha avó que eu tinha. Ela era a patriarca da família. Agora todos partiram. Quem estão comandando no pedaço agora são a minha mãe, Tia Vera e as minhas tias engraçadas, loucas e especiais: Tia Neli, Tia Deía, Tia Lelena, Tia Noquinha, Tia Eni, Tia Laizinha, as Tias e Tios de Paraíba do Sul... são muitos tios e primos. Um dia eles também irão e ficará a galera que hoje tem 20, 30, 40 anos...

Tia Oscarina fica em paz, olhe por todos nós aqui nessa terra louca e ponha muita água no feijão com todos os seus irmãos. 

Depois desse post o meu coração está mais aliviado. Enquanto eu escrevia, chorei, isso me fez bem.  

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